Dividir ou não dividir: até onde intervir?
- Priscila Chiari
- 10 de fev.
- 1 min de leitura
Outro dia, durante uma sessão de pais, uma mãe me disse algo que me gerou reflexão. Ela disse o seguinte:
"Priscila, muitas vezes as crianças pegam o brinquedo da minha filha e eu fico sem saber se preciso deixá-la dividir ou se devo incentivá-la a falar que não quer emprestar."
Ela ainda contou que procurou ajuda na internet, mas só encontrou profissionais reforçando a ideia da importância de dividir, deixando-a ainda mais confusa.
Essa questão me fez pensar: será que estamos dando espaço para as crianças escolherem quando não querem emprestar? Quando dizemos para a criança dividir sem considerar seus sentimentos ou desejos, o que estamos realmente ensinando a elas? Ela será capaz de se respeitar quando, em uma situação futura, não for o seu desejo compartilhar?

Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-photo/stubborn-toddler-child-refusing-share-toy-2164701561
Não estou aqui dizendo que a criança não deve aprender a compartilhar ou que a divisão não é importante. Mas será que estamos levando em conta o motivo pelo qual ela não quer compartilhar aquele brinquedo em particular? Ou por que, naquele momento, ela não se sente à vontade para emprestar? E mais, estamos abrindo espaço para que ela possa dizer "não" quando precisar, sem se sentir culpada ou pressionada?
O desenvolvimento emocional da criança é fortalecido quando a ajudamos a entender e respeitar seus próprios sentimentos e limites. Ensinar que há momentos certos para compartilhar e que não é errado dizer "não" também faz parte desse processo de crescimento.
E você, pai ou mãe, já parou para pensar sobre isso? Como tem lidado com essa situação em casa? Está permitindo que seu filho aprenda a respeitar seus próprios desejos e a comunicar seus sentimentos?
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