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Foto do escritorPriscila Chiari

A sexualidade na infância

Muitos adultos se assustam quando deparam com questionamentos dos filhos sobre questões da sexualidade. É comum ver crianças perguntando aos pais “Como eu nasci?” ou “Por que meninos tem pipiu e meninas pererecas?". Também é natural que elas comecem a manipular seus órgãos sexuais, como forma de conhecerem o seu corpo.


No entanto, tais comportamentos são, muitas vezes, compreendidos pelos pais como algo errado, proibido e, por vezes, sujo. Isso acontece pois os adultos erotizam as atitudes da criança, interpretando-as como fantasias eróticas e/ou atos sexuais. No entanto, os primeiros contatos físicos com os órgãos genitais são apenas uma extensão do processo de autoconhecimento do corpo, momento em que a criança - que ainda não possui noção de sexo e libido - percebe aquilo que lhe traz prazer.



Descobrindo a diferença entre meninos e meninas



Diante disso, é importante termos consciência das fases do desenvolvimento infantil que são marcadas por prazeres sentidos pelas crianças. Essas fases podem ser denominadas como: fase oral, fase anal e fase fálica.

Na fase oral - fase do nascimento até 1 ano de idade - a experiência de prazer ocorre através da sensação oral, pois está ligada à amamentação. Quando a criança vai ganhando um pouco de autonomia, começa a experimentar o mundo e as sensações pela boca. Por isso é comum colocarem dedos, chupetas e brinquedos na boca.


Na fase anal - compreendida de 1 a 3 anos - a criança começa a ter noção do seu corpo, de forma a explorar o controle das fezes e da urina. Além da satisfação decorrente do sentimento de realização e independência conquistados, ela sente prazer ao testar sua capacidade de controle sob os pais através da retenção dos seus excrementos.


Na fase fálica - 3 a 6 anos - costuma haver grande preocupação por parte dos pais, uma vez que se materializam os medos de se falar sobre a sexualidade e intimidade do corpo. Após o desfralde, a criança descobre seu órgão genital e, assim como nas outras fases, explora o prazer inédito que lhe é apresentado.


Note que essa fase é apenas mais uma etapa do processo de desenvolvimento da criança, onde o corpo e o prazer são explorados pelos pequenos, não tendo qualquer ligação com erotismo, promiscuidade ou ato sexual. O que a criança persegue são as experiências sensoriais de prazer.


É comum, na fase fálica, ocorrer a masturbação primária, já que as crianças fazem a descoberta dos genitais e dos prazeres que eles oferecem através da manipulação, esfregando-se em brinquedos, balanços, travesseiros e outros objetos, ou mesmo utilizando as próprias mãos.



Descoberta do corpo

Assim como com tudo o que é prazeroso, a criança busca a repetição do ato de masturbação. Logo, o comportamento irá se reproduzir inúmeras vezes, e não convém entrar em desespero, lembrando que, para elas, se trata apenas de uma experiência sensorial de prazer e descoberta do corpo, não se assemelhando em nada aos desejos dos adultos.


Dessa maneira, é imprescindível que os adultos, diante da curiosidade dos filhos acompanhada da exploração dos seus próprios corpos, hajam com naturalidade e não os recriminem. É importante sinalizar para a criança que esse comportamento deve ser praticado quando estiver sozinha. Assim a criança estará aprendendo questões relacionadas à privacidade, e saberá que a manipulação dos genitais é algo íntimo.


Recomenda-se ainda que, quando abordados pelos filhos acerca de questões da sexualidade, os pais respondam de maneira propícia ao seu entendimento e sua compreensão, sem contar mentiras, pois podem ocasionar falta de confiança da criança para abordar o tema. É melhor o seu filho descobrir sobre a sexualidade em casa do que em outros lugares.

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